Os vampiros olvidados

Ontem ocorreu-me que a actual febre dos Vampiros com Açúcar deixou de lado uma colecção de romances e novelas de vampiros muito popular na minha juventude, inicialmente na minha escola secundária e posteriormente, de modo já mais organizado, nos serões entre os amigos e na sede do Grupo de Estratégia Simulação e Táctica graças à distribuição em Portugal pela Devir (que nem sei se ainda está aberta, pelo menos aos e-mails já não respondem) o role play que chegou a ser transformado em jogo de computador e, assim dizem e processaram como se fosse, inspirou a trilogia Underworld.

Falo de Vampire: The Masquerade, cuja capa reproduzida aqui é da edição da Devir brasileira. Sucede que os vampiros da colecção de obras afectas ao jogo são da velha escola: uns malvados sem escrúpulos, alguns literalmente imundos, que não brilham ao Sol e nem fazem suspirar adolescentes e que transpiram violência. Bom, há que clarificar que por norma eu encarnava um Brujah, só podia.

Fazendo jus ao que indiquei aqui, trago ao de cima a existência desta colecção na vã esperança de que algum prospector de uma editora “grande” repare na dita colecção e aproveite a febre dos vampiros para a colocar cá fora, são obras que não ofendem os entusiastas mais veteranos das ditas criaturas e talvez pudessem cativar a juventude que anda por aí a delirar com péssimos autores de cinema. Talvez até ganhassem uns bons trocos, como podem ver a capa do livro original, que descreve o mundo onde decorre o jogo e as consequentes novelas e romances, na altura foi pioneira, exibindo a rosa que entretanto encontramos em dezenas de outras obras sobre vampiragem.

Creio que seria uma boa altura para revitalizar a colecção, embora entretanto esta tenha sido descontinuada pela White Wolf e substituída por Vampire: The Requiem… como só me ocorreu esta ideia ontem, nem tenho a certeza do que terá acontecido às obras referentes à colecção inicial, é certinho direitinho que mal saiba mais alguma coisa colocarei ao corrente os leitores do Correio do Fantástico.

E ainda alguém se lembra da Babylon 5? Mas isso fica para outro postal…

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11 respostas a Os vampiros olvidados

  1. Jorge Lopes diz:

    Sim é possível que ainda haja editoras que não chegaram ao fundo do barril e queiram ir buscar livros baseados em jogos de simulação. Mas não me parece que seja lá muito boa ideia. A Presença publicou uns livros de um Rafael Loureiro que são uma cópia vergonhosa do Masquerade, versão analfabetos.

    Há memórias que mais vale guardar do que trazer à luz.

  2. Não é tão fundo de barril assim. Em Portugal não é comum mas o estrangeiro várias dessas histórias foram publicadas, quer do Vampire, quer do Dungeons and Dragons. Não vou dizer que todas elas deram bons livros mas alguns fizeram-no e o que quer que contribua para a divulgação de uma boa história vale a pena.

    Violentos ou pinga-amores, a verdadeira vantagem do Vampire é a possibilidade de mostrar um vasto espectro de personagem, cada uma das quais com a sua própria abordagem da imortalidade, que de resto acho que é o verdadeiro potencial dos vampiros como fonte literária não a versão limitada que se tem divulgado.

    http://cronicasobscuras.blogspot.com/

  3. Joel Puga diz:

    Era boa ideia. Existe um certo estigma contra livros baseados em jogos ou spin-offs de franchises que deve ser combatido.

    No fim, quanto mais livros, melhor. Os guardiões do género que se lixem. 😛

  4. Joel Puga diz:

    Essa das editoras baterem o fundo do poço é ridículo. Se lá fora se arranja os livros, porque é que nós não temos direito? O que é que somos a mais ou a menos? E porque raio é que quem quer ler um livro desses não tem o direito de o encontrar?

    Tá bonito este mundo, está… Tristeza…

  5. Acho que não valerem peva é generalizar. “A saga da Lança do Dragão” que foi baseada no Dungeons and Dragons são bons livros, melhor que muitos outros que dentro do género são considerados clássicos (e eu nem gosto do RPG)

    Mas claro, tudo isto é uma questão de gostos.

  6. pventura diz:

    Quem não recorda Bab 5?…. 🙂

  7. Pingback: É de pequenino… « Correio do Fantástico

  8. Raquel diz:

    Podes sempre arranjar os livros em inglês, até porque tenho dúvidas de que exista mercado suficiente para justificar a publicação em Português…

    Além disso, embora os vampiros estejam em voga, o que a maioria do público que devora estas novas ‘obras’ quer é mushy mushy vampires, que andam à vontade durante o dia e andam atrás de miudinhas emo de 16 anos que ‘amam muito’. :p Coisa que está muito longe dos vampiros de Vampire the Masquerade, seja qual for o clan. 🙂

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