É já daqui a pouco…

Convite

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13 respostas a É já daqui a pouco…

  1. Tive pena de não poder ir 😦

    Como correu? 😉

  2. Joel Puga diz:

    http://www.sfsignal.com/archives/2009/07/mind-meld-guide-to-international-sff-part-iii/

    Desculpem o off-topic, mas acho que todos deviam ler a entrada que o Luís Rodrigues faz sobre o fantástico em Portugal.

    Na minha opinião, acho que já é altura de TODOS os fãs do fantástico em Portugal começarem a ter uma palavra sobre o estado da mesma. Este tipo de atitude só revela a arrogância de alguns contra a fantasia mais comercial e de inspiração Tolkiena. Esta gente, que anda à volta de bangs, foruns fantásticos e épicas, pensa que são os únicos fãs de fantástico no país e que todos os oturos, aqueles que não só lêem os livros, vêem os filmes, ouvem a música, apreciam a arte, são apenas um bando de idiotas que só lêem lixo, logo não têm voto na matéria.

    É um insulto para os fãs e para os autores que “não são da mesma cor” ter o fantástico em Portugal descrito da forma que aqui é. Existem imensos autores que foram completamente ignorados. Surpreendentemente “ou então não” são todos autores de fantasia, mais propriamente de fantasia épica, muitos num estilo mais pulpish, mais de entretenimento.

    É altura dos outros fãs se levantarem e mostrarem que existe uma cena de fantástico fora dos moldes apresentados por algumas pessoas mais fundamentalistas, que outro tipo de fantástico também tem lugar nas nossas livrarias, que os outros fãs não são menores nem idiotas por gostarem do que gostam e, mais importante que tudo, fazer frente àqueles que querem arrastar o fantástico de volta para o gueto ou, pior, fazer passar que de nunca lá saiu, quando hoje temos, e principalmente em fantasia, temos um número crescente de autores e projectos.

  3. Podes apontar a parte do texto em que o Luís Rodrigues diz que os outros são idiotas? É que não encontrei.

  4. Olá.

    Depois de deixar passar alguma da irritação que o comentário do Joel me provocou, começo por sugerir aos editores do Correio que o assunto que realmente interessa (a avaliação do estado do fantástico portugues) seja passado para um post principal ao invés de ficar aqui encoberto na caixa de comentários.

    Voltando ao Joel, tenho pena que na sua ânsia de combater a “arrogância” do Luis Rodrigues, tenha ele caido numa maior arrogância, quem sabe essa sim merecedora de o incluir no dito “bando de idiotas”.

    Respondo em relação ao Fórum Fantástico, à Bang (enquanto dela fui editor, ou seja, enquanto versão impressa), e em parte pela actuação da Épica (como apoiante do FF).
    Tanto o FF como a Bang sempre foram um meio plural de divulgação e promoção do que se faz em Portugal. Os seus promotores (eu e a Safaa) temos a consciência plena de termos sempre tentado equilibrar todas as vertentes da produção nacional. Tanto em temáticas, como em meios, como em meios.
    Desafio o Joel a apontar-me qual o sub-género do fantástico que não foi coberto, que tipo de fãs alguma vez foi afastado, que palavra de insulto ouviu de mim em relação a qualquer autor.

    Quando as iniciativas pretendem ser aglutinadoras de um género que, como o nosso, é naturalmente multifacetado, aprende-se a lidar com pessoas com opiniões por vezes diametralmente opostas. Isso ensina-nos a respeitar a opinião alheia, mesmo que não concordemos, e a tentar tirar dela algo de construtivo.
    Dizer que estas iniciativas são rodeadas por “gente” assim ou assado, é querer conotar o evento em si com a opinião dessas pessoas, esquecendo todas as outras que também o “rodeiam”. É insultar o trabalho de quem os promove. Haverá pior arrogância?!

    Um abraço,
    Rogério Ribeiro

  5. Caro Joel Puga,

    Numa coisa concordo contigo: “É altura dos outros fãs se levantarem e mostrarem que existe uma cena de fantástico fora dos moldes apresentados por algumas pessoas mais fundamentalistas, que outro tipo de fantástico também tem lugar nas nossas livrarias”

    Porque é precisamente isso, sem tirar nem pôr, o que ando há 10 anos a fazer ou tentar fazer.

    Tenho é pena que aches que a tua opinião não está suficientemente representada, que te canses de entrar numa Fnac sem encontrar um único exemplar de um livro que gostes à venda, que te fartes de ler sempre a mesma coisa repetida com variações minúsculas apenas, que fales com pessoas que ainda pensem que “fantasia” é uma coisa que não mete dragões nem espadas mágicas, tal é a visão afunilada que esta gente tem do género.

    Felizmente, como o Rogério já disse, as portas da Bang! e do Fórum Fantástico sempre estiveram abertas e nenhuma minoria é grande demais para lá entrar. Prova disso foi o destaque já dado a autores como Inês Botelho, Madalena Santos, Pedro Ventura ou Sandra Carvalho nesses lugares. Por isso alargo aqui o desafio que te estendi no SF Signal: que em vez de ressentimentos fúteis, trabalhes para divulgar as obras de que tu próprio gostas. Porque apesar das tuas queixas, nunca ninguém te impediu de o fazer, e fica-te muito mal culpares pessoas que tanto trabalharam (como o Rogério Ribeiro ou a Safaa Dib) pela tua própria inércia.

    Não é um comentário mal-intencionado, mas um incitamento. So get to work, and see you in the trenches.

  6. Joel Puga diz:

    Plural a bang e o ff? Desculpe, mas não me parece.

    Começando pela bang. Os contribuidores são sempre praticamente os mesmos, com uma ou outra variação. As opiniões expressas acabam sempre por cair no mesmo, só varia a intensidade e o nível de prepotência com que as mesmas são expressas (como se não houvesse mais gente a escrever fantástico no país ou com opiniões relativamente bem informadas sobre o mesmo). Que géneros foram ignorados? Se a memória não me engana (e já que acompanho a bang desde do número 0 isso poder pefeitamente acontecer), não me recordo de ver fantasia épica e/ou heróica minimamente recente e muito menos escrita por um autor português, apenas clássicos do Leiber, Howard e Moorcock. Falando deste último, parece-me que existe quase uma obsessão pela opinião dele. Como disse no comentários que fiz ao texto do Luís Rodrigues, tudo o que não siga as “guidlines” do “Epic Pooh” é imediatamente ignorado ou relegado para a posição de lixo e de fantasia juvenil oca, derivativa e “light”. Isto para não falar da aversão mal escondida por quase tudo o que é minimamente comercial ou popular das (poucas) vezes em que se falam de tais obras.

    O ff sofre de muitos dos mesmos problemas, para além de sofrer (com a possível excepção do evento de 2008) de um excesso de FC (que até é compreensível e aceitável tendo em conta as origens do mesmo). Verdade que este inclui um ou dois autores mais comerciais ou de fantasia mais popular, mas muitos são ignorados e deixados de parte.

    Por favor, não me interpretem mal. Nem conheço as pessoas envolvidas pessoalmente, apenas o seu trabalho, e não vou dizer aqui que não aprecio o que fizeram para divulgar as vertentes menos conhecidas do fantástico. A minha queixa advém, principalmente, desta “alergia” que os “nomes do costume” parecem ter a tudo o que é comercial, do asco a quase tudo o que é conhecido por ser conhecido, do refúgio nas obras mais “underground”, na prepotência com que muitas opiniões são emitidas. Esperava-se que as pessoas que dizem representar o fantástico em Portugal (e que, na realidade, e como eu disse, nem de perto nem de longe representam os fãs do fantástico, só o fandom de que muitos vêm falar para os jornais e que parece só os incluir a eles) fossem menos tendenciosos. Este tipo de atitude é apenas detractor para o desenvolvimento do género em Portugal, nada mais fazendo do que mantendo-o no infame “sci-fi ghetto”.
    E se querem um exemplo de um local onde este trabalho é melhor feito do que em quaisquer bangs, ffs ou épicas, têm este blog onde autores comerciais são falados da mesma forma e com a mesma imparcialidade que os menos conhecidos.

    E quanto a autores ignorados no SF Signal não precisas de ir muito longe. Muitos escrevem para este blog. E se, talvez não merecessem uma recomendação (é uma questão de opiniões), mereciam mais do que ser relegados para o grupo de escritores adolescentes imitadores do Paolini. E, diga-se de passagem, muitos do que foram para ali relegados mereciam uma referência mais simpática, nem que mais no seja por estarem a produzir e a gerar interesse no género.

  7. The Wondrous and the Strange diz:

    Hoje, um pouco por acaso, deparei-me com esta posta de blogue que talvez acrescente algo à discussão. Naturalmente, o que aqui se diz da FC vale também para a Fantasia:

    “Widely publicised shortlists of mediocre art are a bad thing. What do these lists say about SF to the multitude in the world—to the people who don’t know any better? It says that SF is old-fashioned, an aesthetically, stylistically and formally small-c conservative thing. It says that SF fans do not like works that are too challenging, or unnerving; that they prefer to stay inside their comfort zone.

    “This is bad because the very heart’s-blood of literature is to draw people out of their comfort zone; to challenge and stimulate them, to wake and shake them; to present them with the new, and the unnerving, and the mind-blowing. And if this true of literature, it is doubly or trebly true of science fiction. For what is the point of SF if not to articulate the new, the wondrous, the mindblowing and the strange?”

    http://punkadiddle.blogspot.com/2009/07/hugos-2009.html

  8. Luís Rodrigues diz:

    Boas noites a todos e obrigado pelas reacções, muito me apraz descobrir que o meu contributo alimentou uma discussão tão animada sobre o género em Portugal.

    Ao Pedro Ventura: Para quem se despede com uma PAZ tão grande, detecto uma pontinha de ressentimento vinda dessa parte. Espero que não estejas abespinhado por não te ter incluído na minha lista — porque, afinal de contas, a minha opinião é treta e facilmente ignorada. Há coisas que, sinceramente, não percebo.

    Só para que fique bem assente, porque parece que há quem não tenha lido o que eu escrevi com atenção: em parte alguma eu disse que Pedro Ventura é um seguidor do Paolini, ou que devia antes guiar-se pelo exemplo deste ou daquele autor. Eu nem sequer falei do Pedro Ventura. Mas se falei de Wolfe, Donaldson, etc. foi apenas para ilustrar exemplos de autores que, embora escrevendo fantasia, alguns até mesmo inspirados por Tolkien, não se limitaram a repetir o que já tinha sido feito e tiveram a ousadia e a imaginação para inovar dentro de um género já de si imaginativo. Mas podia ter falado de George R. R. Martin ou de Andrzej Sapkowski, porque ao contrário do que se calhar pensam, não sou alérgico a livros que vendem bem.

    Para terminar, caro Pedro, se a tua reacção perante uma recomendação qualquer é um explosivo “Who gives a shit?”, eu respondo que é precisamente essa atitude madura e interessada que o género em Portugal NÃO precisa. Birrinhas e indiferença acho que já as temos que cheguem, muito obrigado.

  9. Luís Rodrigues diz:

    Também não referi o João Seixas no meu texto.

    Será que ele ficou ofendido?

    Vamos descobrir.

  10. Joel:

    Só pela solidez dos argumentos, fui rever o conteúdo das 3 Bang! impressas. Mantenho que são equilibradas entre as várias temáticas do fantástico (incluindo fantasia épica) e entre portugueses e estrangeiros.
    Aliás, transcrevo parte do editorial que escrevi para a última delas: “Ricardo Tinoco traz-nos “O Braço Tatuado, a mostrar que a fantasia épica e mitológica escrita em português pode ombrear com os clássicos [estrangeiros].”

    Portanto, ficas na tua que eu fico na minha.
    Quanto a outras polémicas e conteúdos a que possas estar a aludir, como ocorreram depois de eu ter saido do projecto, vou-me deixar ficar calado sobre isso.

    Quanto ao Fórum Fantástico, mantenho que estás a dizer uma grande enormidade. Fui rever igualmente o programa de todos os FFs, desde 2004. E em TODOS houve espaço a fantasia épica, a autores nacionais e a autores estrangeiros. Já para não falar de termos conseguido trazer o George RR Martin extra-FF.
    Bom, não sei a que apelidas de “fantasia épica comercial”, mas na impossibilidade de trazermos o Tolkien, convirás que o Martin será the next best thing!

    Seja como for, não vou estar aqui a esmiuçar a coisa, o trabalho está feito e à vista de todos. Tenho imenso orgulho nele, o que me tira a necessidade de me andar aqui a explicar mais. Apenas para dizer que, se não estiveram mais autores nacionais presentes, também a eles se deve. Na área da fantasia épica nacional tivemos um convite recusado por razões pessoais, outro recusado por compromissos familiares, um terceiro ao qual a autora nem se dignou responder, e um quarto que a autora só respondeu depois do evento ter ocorrido. Cabe também aos autores esforçarem-se pela sua promoção. E não ficarem simplesmente numa posição inerte (habitual neste nosso Portugal!).
    Dizes tu: “Verdade que este inclui um ou dois autores mais comerciais ou de fantasia mais popular, mas muitos são ignorados e deixados de parte.” E eu pergunto-te: “QUEM?!”. Quem alguma vez ignorámos ou deixámos sem resposta?! Eu estou sempre disposto a melhorar o FF, portanto agradecia que me ajudasses com sugestões concretas!

    Mudando de assunto,
    Joel, se há por aí “iluminados” que têm “alergia” a seja o que for, estão no direito deles! Se são eles os “convidados” para falarem “em nome do fandom”, é porque quem está de fora lhes reconhece essa autoridade, pelo trabalho que demonstram.
    O que também é certo é que tenho visto tantas ou mais entrevistas aos autores que te deves estar a referir quando mencionas a fantasia épica portuguesa, como a esses membros “divinos” do fandom. Portanto, dificilmente acredito que não haja pluralidade de pontos de vista, ou que a opinião de uns seja prejudicial para os restantes.

    Aliás, tens aí a resposta à tua grande questão de visibilidade. Porque não um evento sobre fantasia épica comercial nacional? Porque não antologias, e revistas, e fanzines, e sites, e etc? Não será esse o caminho natural para se vencer a “opressão” desses “iluminados”?! Fica o desafio!

    “Este tipo de atitude é apenas detractor para o desenvolvimento do género em Portugal, nada mais fazendo do que mantendo-o no infame “sci-fi ghetto”.”
    E tornas a cair no mesmo erro. Por que raio há-de ser o ghetto sci-fi “infame”?! Respeita os outros se queres ser respeitado! Estou cansado, como auto-assumido “moderado”, de ver o fandom dividir-se entre os infames do sci-fi e os infames da fantasia épica. Acordem, bolas. Respeitem-se!

    Bom, mas provavelmente já estamos a entrar em terreno estéril. E esta conversa já cansa…

    Ainda assim, uma palavra de apreço por teres provocado este debate. Ainda fico à espera das tuas sugestões concretas. Pelo menos a mim serviu-me para arrumar algumas ideias, e traçar alguns projectos para o futuro. Mesmo tendo ficado algo incomodado com o que achei serem acusações infundadas em relação aos eventos em que tenho estado envolvido…

    Um abraço,
    Rogério

  11. Pedro,

    Concordando com parte do que dizes e discordando do resto, deixo essa conversa para uma tarde de esplanada 😛

  12. Luís Rodrigues diz:

    Pedro Ventura,

    Num comentário que passou por aqui, fugaz, e que provavelmente apagaste, dizes a páginas tantas que “os leitores de fantástico não precisam de recomendações.”

    Muito nobre da tua parte falar e decidir por toda uma comunidade de leitores. E é a *mim* que acusas de arrogância e autoritarismo?

    Já agora, se eu me tivesse referido a ti em tons de elogio, ainda me estarias a dizer estas coisas? Também censuras os teus amigos aqui do blogue quando incitam outros a comprar os teus livros? Ou as recomendações só são válidas quando te convêm?

  13. JO diz:

    Joel Puga escreveu:
    “…não me recordo de ver fantasia épica e/ou heróica minimamente recente e muito menos escrita por um autor português, apenas clássicos do Leiber, Howard e Moorcock.”
    Já agora que clássicos de fantasia foram escritos em Portugal por portugueses? Sou maçarico no tema, desculpem……

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