Por intermédio de um frequentador habitual, chamaram-me a atenção para o facto da Cinemateca Portuguesa exibir clássicos do cinema Fantástico de quando em vez, achei por bem que era comodamente fácil chamar a atenção para as exibições nem que seja lá muito raramente quando me lembro, até porque, para demérito próprio, só fui à Cinemateca uma vez semi-enamorado por uma jovem vanguardista que me levou a ver um filme russo com legendas em francês… línguas que não domino, razão pela qual só listarei filmes legendados em língua portuguesa.
Incluo os filmes que encontrei que contenham elementos fantásticos, de ficção científica e – libertinagem minha – de realismo fantástico. Ora bem, esta semana detectei na programação o seguinte (as sinopses são da própria Cinemateca):
Uma Mulher do Outro Mundo (1945) – O terceiro filme de David Lean, ainda em colaboração com Noel Coward (argumentista e autor da peça adaptada, que foi um sucesso histórico no palco). BLITHE SPIRIT é um dos melhores trabalhos do realizador, contando as peripécias de um viúvo que regressa a casa após um novo casamento e começa a ter a visita do fantasma da primeira mulher. Sexta-feira, 14 de Maio, às 15h30.
Fahrenheit 451 (1966) – Único filme de Truffaut realizado fora de França e único falado em inglês e por isso mesmo o objecto mais isolado no interior da sua obra. Num inquietante futuro próximo, dominado pelo audiovisual (as paredes são gigantescos ecrãs de televisão), a leitura tornou-se um acto subversivo e os livros foram condenados ao fogo. Fahrenheit 451 é a temperatura a que arde um livro e o protagonista desta adaptação de uma novela de Ray Bradbury faz parte da brigada de destruição. A beatitude da ignorância sofre um sobressalto quando uma mulher o convence a desobedecer à lei, tornando-se um leitor. Passará então, para o outro lado, engrossando a fileira dos “homens-livros” que memorizam as obras para as salvarem do esquecimento. Sábado, 15 de Maio, às 19h00.
O Legado Tenebroso (1927) – Um dos primeiros grandes filmes de horror americanos, conta a história de uma mulher que é designada como herdeira universal de um homem rico, com a condição que possa provar que é sã de espírito. Naturalmente, os outros pretendentes à herança fazem tudo para levá-la à loucura. Trata-se de um clássico do cinema mudo americano, que também materializa a influência decisiva que os realizadores e técnicos alemães tiveram em Hollywood. Foi realizado por Paul Leni, que fora uma importante figura do cinema expressionista alemão e aqui que fixou vários elementos do horror film americano, com cenários impressionantes e grande mobilidade da câmara.
Pronto, como incentivo extra, dado a famosa crise, chamo a atenção para o facto dos bilhetes da cinemateca serem mais baratos que os bilhetes de cinema das grandes superfícies (que já custam mais de 1.000$00, não sei se notaram). Para a semana, se me recordar, voltarei a destacar a programação de Fantástico da Cinemateca.
Tudo coisas que eu gostaria de ver e rever. Excelente!